O Dia da Independência dos Estados Unidos: A Assinatura da Declaração de Independência em 3 de Julho de 1776

--O Dia da Independência dos Estados Unidos: A Assinatura da Declaração de Independência em 3 de Julho de 1776

O Dia da Independência dos Estados Unidos: A Assinatura da Declaração de Independência em 3 de Julho de 1776

Introdução:

O “4 de Julho” é um dia que é comemorado pelos americanos em todo o mundo como o Dia da Independência. É um dia para comemorar a Assinatura da Declaração de Independência, que declarou as então treze (13) Colónias Britânicas das Américas como Estados livres e independentes.

No entanto, curiosamente, pelo menos para muitos, a Declaração de Independência não foi assinada no próprio dia 4 de Julho, mas sim, foi assinada um dia antes, em 3 de Julho de 1776. No dia 3 de Julho, foi assinado o documento revolucionário que estabeleceu os fundamentos da nação americana e marcou o início de uma luta pela liberdade e pelos direitos inalienáveis do povo americano. Neste post, vamos inaugurar a nossa rubrica “Neste dia…” explorando os detalhes desse momento histórico e compreender seu legado para a humanidade.

Contexto

Antes de entender a importância da assinatura da Declaração de Independência, é essencial compreender o contexto histórico em que ela se desenvolveu. No século XVIII, o então poderoso império britânico se estendia pela terça parte do mundo; e possuía treze (13) colónias americanas, localizadas ao longo daquela que é hoje a Costa Oriental dos Estados Unidos. Embora gozassem de grande autonomia, os colonos também estavam sujeitos às leis e pesados impostos britânicos. Com o tempo, estes começaram a se irritar com o domínio imperial, pois os colonos achavam que estavam sendo tributados injustamente e acreditavam que não estavam tendo voz em seu próprio governo.

Editado por: Benedito F. Congolo Jr

Fundamentada na crença de que suas liberdades e direitos estavam sendo violados, a ideia de independência se fortaleceu no seio da população de colonos vivendo em Nova Iorque, Connecticut, Delaware, Carolina do Norte, Carolina do Sul, New Hampshire, Georgia, Maryland, Pennsylvania, Nova Jérsia, Plantações de Rhode Island e Providence, Massachusetts e Virginia –  as treze colónias originais britânicas que ganharam a independência da Grã-Bretanha.

Em 1773, os colonos protestaram contra a “Lei Britânica do Chá” despejando chá no porto de Boston. Este evento, conhecido como Boston Tea Party, foi um importante ponto de virada nas relações entre as colónias e a Coroa da Grã-Bretanha. Mostrou ao governo britânico que os colonos estavam dispostos a tomar medidas drásticas para defender seus intentos independentistas.

Em 1775, a Guerra Revolucionária [Independentista] Americana começou, tendo durado oito anos (1775-1783), tendo culminado com um saldo custoso, tento em vidas humanas quanto em prejuízos financeiros e matérias para os dois lados, mas vitorioso para os colonos. Haja vista que a independência dos Estados Unidos foi declarada e conquistada durante a Guerra Revolucionária Americana, enquanto as batalhas e confrontos entre as forças americanas e britânicas continuavam. A Guerra Revolucionária Americana começou em 1775, com os confrontos iniciais em Lexington e Concord, e se estendeu até 1783, com a assinatura do Tratado de Paris. A guerra continuou por vários anos após a declaração de independência, com batalhas e campanhas militares sendo travadas em todo o território americano. Eventualmente, as forças americanas, apoiadas por alianças estrangeiras, como a França, conseguiram conquistar vitórias cruciais, como na Batalha de Saratoga em 1777. O conflito só chegou ao fim em 1783, quando o Tratado de Paris foi assinado, reconhecendo oficialmente a independência das colónias americanas e estabelecendo as bases para a formação dos Estados Unidos da América.

A Declaração de Independência:

O Segundo Congresso Continental votou para aprovar a Declaração de Independência em 2 de Julho de 1776. No entanto, o documento precisava ser copiado e redigido com uma caligrafia formal antes de poder ser assinado. Esse processo levou vários dias, e a assinatura da Declaração só começou em 2 de agosto de 1776.

Em 3 de Julho, a Declaração de Independência foi formalmente aprovada e assinada pelos representantes, incluindo figuras proeminentes como Thomas Jefferson, John Adams e Benjamin Franklin. Nesse dia, 56 delegados do Segundo Congresso Continental assinaram a Declaração de Independência. Esses homens eram conhecidos como os Pais Fundadores e desempenharam um papel crítico na criação dos Estados Unidos da América.

A assinatura da Declaração de Independência foi uma ocasião importante que marcou o início de um novo capítulo na história americana. O documento declarava que as treze colónias não estavam mais sujeitas ao domínio britânico e estabelecia os princípios sobre os quais os Estados Unidos seriam fundados. Seu conteúdo, redigido principalmente por Thomas Jefferson, baseou-se em princípios filosóficos iluministas, como o direito natural, a igualdade e o governo pelo consentimento do povo. A declaração proclamava que todas as pessoas são dotadas de direitos inalienáveis, incluindo a vida, a liberdade e a busca da felicidade, e afirmava que um governo legítimo deve proteger esses direitos.

Assim, a Declaração de Independência representa o resultado do voto favorável do Congresso Continental em 2 de Julho, seguido pelo processo de redação e cópia, culminando na sua assinatura em 3 de julho. Esse documento histórico se tornou um marco fundamental na história dos Estados Unidos e um exemplo inspirador de luta pela liberdade e pelos direitos humanos.

Legado Duradouro:

A assinatura da Declaração de Independência marcou o início de uma longa e difícil luta pela independência dos Estados Unidos. Embora a independência tenha sido efectivamente conquistada apenas após a vitória na Guerra Revolucionária Americana, a Declaração de Independência foi um marco simbólico e político crucial.

A declaração inspirou movimentos de libertação e busca pela independência em todo o mundo. Seus princípios fundamentais ecoaram ao longo da história, influenciando revoluções e inspirando a luta por direitos civis e igualdade. Além disso, a Declaração de Independência se tornou um dos documentos fundadores da nação americana, estabelecendo os valores e princípios que moldaram a identidade e a trajetória dos Estados Unidos.

Um exemplo notável é a Revolução Francesa, que ocorreu poucos anos após a assinatura da Declaração de Independência. Os ideais de liberdade e igualdade proclamados pelos revolucionários franceses refletiram o impacto da revolução americana e seu documento de independência. A “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, proclamada em 1789, na França, compartilhava muitos princípios com a Declaração de Independência dos Estados Unidos.

Além disso, a influência da Declaração de Independência também pode ser observada em movimentos de libertação e independência ao longo dos séculos XIX e XX. Na América Latina, por exemplo, líderes como Simón Bolívar e José de San Martín foram inspirados pelos ideais da revolução americana e buscaram a independência de seus respectivos países, lutando contra o domínio colonial espanhol.

Mas, o mais emblemático caso, a influência da Declaração de Independência pode ser vista também na “Carta das Nações Unidas”, que estabeleceu a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945. A Carta da ONU defende princípios de igualdade, autodeterminação dos povos, respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais, reflectindo a herança dos ideais presentes na Declaração de Independência dos Estados Unidos.


Conclusão:

A assinatura da Declaração de Independência em 3 de Julho de 1776 é um marco histórico significativo que selou o destino dos Estados Unidos da América como uma nação independente. Esse documento revolucionário estabeleceu os princípios fundamentais da liberdade e dos direitos inalienáveis que continuam a ser valorizados até os dias actuais.

A Declaração de Independência é um lembrete poderoso do poder da determinação e da crença na busca da liberdade e dos direitos humanos, influenciando não apenas a história americana, mas também o curso da história mundial. Esse documento continua a inspirar pessoas em todo o mundo; servindo como um lembrete de que todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. É também um lembrete de que as pessoas são capazes de grandes coisas quando se unem para lutar por sua liberdade.


Referências Bibliográficas:

  • McCullough, D. (2001): A Revolução Americana. Simon & Schuster. ISBN: 068486929X
  • Zinn, H. (2003): História do povo dos Estados Unidos. Harper Perennial. ISBN: 0060528980
  • Jefferson, T. (1776): A Declaração de Independência. The Avalon Project na Yale Law School. Recuperado de https://avalon.law.yale.edu/18th_century/declare.asp
  • Ramsay, D. (1789): A História da Revolução Americana. John M. Eddowes. ISBN: N/A
  • Ferling, J. (2004): A Revolução Americana: Uma História. Oxford University Press. ISBN: 0195176051

Fica a dica e até a próxima!

2023-07-03T10:40:17+02:00

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